Cinco momentos de arrepiar em casamentos.
(1)
Todo casamento é uma fábrica de emoções! Sempre vejo imagens que destacam o casal e é claro que tem muitas ações acontecendo ao redor de cada cena. Cabe a mim mostrar um momento compartilhado na oração em que cada padrinho se envolve em conexão com o pastor e o agradecimento direto com Deus o Criador. Momento como este é comum além de ser rápido só tem o devido peso de importância se tiver todos os envolvidos sendo mostrado. Dar um paço a traz olhar ao meu redor e ter uma visão de 360° faz com que eu consiga imagens mais fortes de um todo daquele momento.

(2)
Nas minhas reuniões sempre procuro ver o nível de ligação que cada membro da família tem. É comum ver o choro emocionado da noiva lembrar do irmão quando criança, do pai levando a algum passeio marcante, do avô que criou contando histórias para dormir, da irmã que sempre foi sua melhor companhia. No calor da recepção esses laços se fortalecem e é sempre com um olhar atento já conhecendo das histórias que consigo registrar a espontaneidade desse momento histórico.

(3)
No momento que antecede o casamento ainda dentro do carro, a noiva convive com um frio na espinha e a ansiedade é incontrolável. Ter a figura paterna, a palavra doce da irmã ou uma foto na mão como homenagem por não poder estar naquele dia pode ser a única coisa que a noiva queira.


(4)
As crianças sempre surpreendem, pelo seu encanto, alegria e beleza. Se saem correndo e chegam no altar fica lindo, se entram elegantes e com classe ninguém acredita, se choram ficam fofas. Toda a minha atenção a elas pois sei que em pouco tempo deixarão de ser crianças e só verão essas imagens no álbum de casamento.

(5)
Deixei por último os avós. Falar desses personagens para mim é muito especial, é como se fosse uma parte de mim nas minhas fotografias. Vou compartilhar um pouco dessa minha história.
Quando eu tinha apenas cinco anos de idade, me lembro muito do meu avô Francisco Ferraz. Um homem trabalhador e próspero que sabia viver bem da fotografia. Sim venho de uma terceira geração na família de fotógrafos. Muitos falam que já está embutido no DNA mas não concordo muito. Meu pai e tios gostavam de ter a boa vida que vovô proporcionava a eles mas meu avô era dedicado e atencioso ao extremo com os clientes e comigo que era seu primeiro neto. Me levava ainda com 5 anos para ensinar a revelar a fotografia nas banheiras de cheiro forte das químicas e apenas iluminadas por uma fraca luz vermelha. Porém seu carinho e atenção me prendia. "Como pode fazer essa Mágica?" Um fim de trabalho do meu pai a noite fui acompanhar até o Foto Ferraz, na distração corri para o laboratório e com a inocência de uma criança abri uma caixa de papel caro de linho e comecei a jogar nas banheiras, não satisfeito que a "mágica" não acontecia lembrei da lata de rolo com 300 metros 6x6 que o vovô revelava logo pensei que só poderia ser por isso que não havia funcionado e lá corri para pegar aquele peso mas consegui abrir e puxei a ponta esticando com o meu pequeno bracinho imitando o vovô. Nesse meu tempo meu pai sentiu minha falta e foi verificar o que eu aprontava. Acreditem naquela época não tinha cantinho do sossego ou vou te deixar de castigo tudo se resolvia com uma boa surra e com a raiva do prejuízo os meus gritos eram bem altos.. Quando meu avô ouviu correu para ver o que acontecia e feliz por ver que eu havia feito exatamente o que ele havia me ensinado apenas me salvou do coro e disse ao meu pai. "Nenhum de vocês gostam da fotografia, esse sim vai ser um grande fotógrafo." Dois anos passaram, eu perdi meu avô e só me lembro da família brigando pelos bens conquistados e como tudo foi vendido muito rápido viemos morar em Caratinga.

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